Meu Terceiro Dia Do Caminho Da Fé, Saindo Da Pousada João E Joelma, Seguindo Para Inconfidentes.
Nesse 3º dia, enquanto estou me arrumando para iniciar a nova jornada do dia, escuto uma oração, eram os bicigrinos pedindo proteção para suas jornadas, tento me adiantar mas não consigo participar com eles nessa reza, então escuto os ciclista se despedindo e partindo para cumprir mais uma etapa do Caminho da Fé.
Mas ali mesmo no quarto faço minhas orações, pedindo as bençãos de Deus e Nossa Senhora, como sempre faço todos os dias.
Então saio para tomar o café, ainda escuro olhando as serras sendo iluminadas pelo iniciar do dia, um lindo lugar é a pousada João e Joelma, tudo simples e acolhedor.
Caminho da Fé, Terceiro dia Saindo da Pousada João e Joelma, Barra, Ouro Fino MG.
Na hora de carimbar a credencial a Joelma me alerta, pois eu só tinha colocado o nome, ela me disse para preencher toda, com telefone, endereço, para que se eu perdesse, quem encontrasse teria com entrar em contato e me entregar onde eu estivesse.
Partimos, eu e o Amador naquela manhã ainda escura, eram 6:15 hs, mas já tinham partido muitos peregrinos antes ainda.
Vamos seguindo para cumprir os 32 km até a cidade de Inconfidentes MG, aos sons do despertar dos galos e das galinhas de Angola, vamos encontrando alguns bicigrinos.
Esse dia estava bem frio, não sei dizer qual era a temperatura, mas foi uma manhã bem gelada, e logo cedo vamos encontrando as belezas do caminho, uma pequena cachoeira que corta a estrada, quilômetro 264 que faltam para chegar na Basílica.
Ali uma plaquinha me chama a atenção, dizia, "O tempo do outro não é o seu", verdade, cada um no seu tempo, no seu ritmo e respeitando seus limites.
O Tempo Do Outro Não É O Seu, Plaquinha De Motivação No Caminho Da Fé.
No Caminho da Fé, é preciso ter esse respeito, muitas vezes o Amador disparava na frente e eu ia de boa, o Amador já experiente em fazer caminhos aqui no Brasil e até fora, por exemplo o Caminho de Compostella, que um dia se Deus quiser e Nossa Senhora abençoar, quero fazer, como quero conhecer muitos aqui pelo Brasil também.
Logo vem a prova, o Morro do Sabão, pense numa subida pesada, o nome se da, pois quando chove fica muito liso, e dificulta para carros, motos, bicicletas e até a pé.
Morro do Sabão, Barra, Ouro Fino, Caminho da Fé
Barra ficando para trás, ontem descemos aquele morro para chegar na vilinha lá no meio, agora estamos aqui subindo o pesado morro do Sabão.
Logo quando começa a clarear o dia, encontramos a Sádina terminando o morro, era Segunda - Feira, iniciando a semana meio a tanta beleza e feliz de estar ali, ter me proporcionado esse momento no Caminho da Fé, uma férias abençoada para me renovar e agradecer a Nossa Senhora.
Vamos seguindo as setas amarelas, questiono a Sádina sobre a Papete, pois nesse dia ela esta calçada uma, ela me diz que é confortável sim, a Papete é um tipo de sandália, onde muita gente usa, os dedos ficam livres na frente, bom nas descida e é mais arejada, mas ela me disse que entram pedrinhas pelo caminho.
Cuidado com os pés, nunca estrear um tênis novo no caminho.
Ela teve problemas com bolhas, onde ela drenou com linha e agulha, é preciso cuidar bem dos pés, eu graças a Deus não tive problemas.
Então começamos a falar, sobre tênis, papete e bota para fazer o caminho, a verdade é uma só, esse calçado seja lá qual foi, ele precisa estar adaptado ao seu pé, ele precisa ter o formato, o encaixe vamos dizer assim, dos dedos e isso só acontece com tempo de uso.
"Jamais compre um calçado e vá com ele novo para o Caminho da Fé." O calçado precisa estar laceado e seu pé confortável nele.
Passa por nós um grupo de ciclistas, bicigrinos sem apoio, levando também suas mochilas nas costa, encontramos o casal Dirceu e a Renata, e la do alto se ve uma igreja na cidadezinha, que até hoje ainda tenho dúvidas do que era, achei que era Crisólia, falaram que era Taguá, São José do Mato Dentro e um ciclista disse que era Calixto.
Paramos para fazer uma selfie, onde até um cachorro amarelinho pousa para foto.
Agora é só descer tudo que subimos, e la do alto se vê uma linda paisagem de ladeiras e pés de cafés, caminhando, apreciando os morros de Minas e fazendo novas amizades.
Nesse momento que estamos descendo para Taguá, a nossa esquerda o sol começa a surgir atrás das montanhas, clareando e iluminando esse novo dia, dou bom dia ao sol e vamos seguindo.
O Amador falando de sua experiência em caminhos, nos fala do grau de dificuldade que é o Caminho da Fé, ele diz que em 3 dias de caminho, ele pode confirmar com certeza, que é um dos mais lindos e se não for o mais, é um dos mais difíceis que ele já fez, por causa das subidas e descidas de morros, "Quem faz o Caminho da Fé, faz qualquer um outro", entre eles o de Compostela.
Como a segunda feira esta iniciando, logo começam a passar por nós trabalhadores, trabalhadores seguindo para lida na roça, tratores, caminhonetes Rural, C10, motoqueiros carregando um tipo de ferramenta que mais parece um rastelo, para sacudir, chacoalhar os pés de cafés, levantando um pouquinho de poeira.
A gente para em uma pousada que na verdade está em construção, pousada Santa Catarina, mas não tinha ninguém, chamamos mas ninguém apareceu, então seguimos o caminho e logo chega a vilinha de Taguá.
Nessa bairro quando estamos adentrando, de frente antes da curva da estrada, tem uma linda imagem de Nossa Senhora Aparecida no meio do gol do campo, confesso que não vi, só depois ao editar o vídeo que reparei.
Um morador espalhando o café no terreiro para secar, onde a gente para um pouco para bater papo com ele, e chegamos no primeiro ponto de apoio e carimbo nesse dia, uma pequena mercearia, aproveito para ir ao banheiro, comprar algo para repor as energias também.
Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Brás, bairro Taguá, Ouro Fino, MG
Agora seguindo e conversando com a Renata, a gente descobre que a pessoa que deu as primeiras dicas do caminho para ela, foi a mesma que me deu as primeiras dicas também, eu e o Amador estamos fazendo pela primeira vez o Caminho da Fé, a Renata, o Dirceu e a Sádina, estavam na segunda vez no caminho, mas a Sádina fez o primeiro saindo de Paraisópolis.
Chegamos no asfalto e vamos até Crisólia no tapetão preto.
Seguindo agora pelo o asfalto, eu e o Amador vamos deixando a turma para trás, os dias são assim, iniciamos junto com uma turma ou se encontra pelo caminho, indo cada um em um ritmo, o grupo vai desfazendo, mas sempre vamos nos encontrando pelo caminho.
Sempre na segurança da seta amarela, encontrar significa caminho certo, tem que ficar sempre atento para não errar as entradas.
Vamos encontrando mais bicigrinos, galera do pedal que nos desejam a proteção de Deus e desejamos o mesmo para eles. Vão com Deus, bom caminho!
Logo encontramos um garotinho que fica de sua casa, dando apoio aos peregrinos, oferecendo água e até banheiro, o Amador aproveitou para encher a garrafinha de água, ele não pediu dinheiro, mas o Amador deu um dinheiro para ele, Douglas o nome do garoto, faz uma boa ação para todos que passam.
Chegamos em Crisólia que também pertence a Ouro Fino, momento de tirar fotos e descansar um pouco na praça da igreja, Paróquia Nossa Senhora da Piedade, onde se encontra um bebedouro para matar a sede e abastecer de água.
Partimos continuando a jornada, voltamos para a estrada de terra novamente, logo começamos mais uma subida de tantas, chegando no alto, já se vê a cidade de Ouro Fino.
Por mais longe que esteja as cidades que avistamos, temos uma boa sensação, uma satisfação de ver objetivo, nesse dia o primeiro, pois o destino é Inconfidentes.
Meu caminho eu tinha planejado há 1 ano atrás, estudado o clima para não pegar chuva, então escolhi entre maio e Julho e acabei indo em Julho, tempo frio, e gostei muito, quando for fazer o caminho novamente, faria nessa mesma época.
O caminho não é fácil, antes de ir, a gente fica assustado, ansioso com aquele frio na barriga, escutei falar muito das dificuldades, se esta mesmo com vontade de fazer, vá enfrentar e descobrir você mesmo o que é o caminho, meu objetivo era dia após dia, cada pousada que eu chegava era uma vitória.
Próxima parada Menino da Porteira, parar para comer um salgadinho, tomar um refrigerante e tirar umas fotos junto a estátua enorme, antes de seguir para o centro de Ouro Fino.
Chegando no centro de Ouro Fino, agora registrando o boi sem coração, aquele que matou o menino da porteira, as cidades e suas histórias.
Então chegamos na Igreja Matriz São Francisco de Paula, uma das mais antigas igrejas do estado de Minas Gerais.
Bora para a ultima etapa do dia, voltando para a estrada de terra rumo a Inconfidentes, nessa parte fica a estrada dos santos negros, com imagens de algumas pessoas negras que se tornaram santas pelo catolicismo.
Nesse mesmo ponto se inicia um longa e pesada subida, vamos conversando sobre o psicológico para fazer o caminho, nesse dia o Dirceu passou mal e o Amador comentou que poderia ser da cabeça, pois quando eles estavam conversando lá atrás, ele achava que iria caminhar uma distância e descobriu que iria andar mais, pode ser, pois o caminho precisa também trabalhar o psicológico.
Encontramos um banco colocado ali para os peregrinos descansarem um pouco, homenagem de familiares em memória de um casal de peregrinos que faziam o Caminho da Fé, esse dia sentimos o cansaço, uma sensação de que Inconfidentes nunca chegava, mas o caminho e as paisagens vão animando.
Chegamos na divisa, Ouro Fino, Inconfidentes,
Pagina em construção, logo mais detalhes desse 3º dia